domingo, 24 de abril de 2011

Pós operatório

Duas razões me levam hoje a escrever estas linhas sobre as alterações comportamentais do meu marido. Por um lado, ao passar para o "papel" aquilo porque passei, ajuda-me a atenuar a dor da perda que ainda me acompanha (já lá vão 6 meses). Por outro lado, poderei ajudar alguém que procure ajuda na internet acerca deste tema.
A cirurgia ao cérebro, foi realizada em Julho de 2010. Teve alta, três dias após a mesma. Foi o dia em que o pai dele foi a enterrar. Voltou para casa muito combalido, com imensas dores na cabeça e também no pescoço. Passava todo o tempo deitado, mas quase não dormia. Durante a noite também não conseguia dormir e tinha "visões". Via o filho deitado na cama quando ele nem sequer morava connosco.
Uma noite acordou-me. Tinha estado deitado na sala. Apercebi-me disso pois a luz ainda estava acesa. Disse-me:
- Levanta-te por favor e vai tu para o sofá para eu me poder deitar.
Respondi:
- Não te podes deitar ao pé de mim porquê?
- Não caibo. Está aí o Carlos - respondeu-me.
Para acabar com as dores tomava Ben-u-ron e Tramal. Embora abrandassem, o efeito não durava sequer 4 horas.