domingo, 16 de dezembro de 2012

O país certo para nascer.

Nestes tempos que correm, passou a ser habitual ver partir para terras longínquas, os nossos jovens, e não só. A crise financeira que assola o nosso país, obriga-os a procurar trabalho nos mais diversos lugares deste mundo. O programa da RTP, "Portugueses no Mundo", mostra-nos as suas vivências e na maioria das vezes, apesar de estarem bem integrados, nota-se a saudade de Portugal.
Ontem, no programa que fizeram de Fortaleza no Brasil, assisto a um pedido de desculpas de uma portuguesa que assume gostar mais de viver no Brasil do que em Portugal. Quando ouvi, pensei de imediato: que pessoa é esta que prefere o estrangeiro à sua terra Natal? Mas, logo de seguida, escutando as suas palavras, percebi que ela é apenas uma das tantas pessoas que nasceram no país errado. A sua maneira de ser e de estar na vida, é consentânea com a dos brasileiros. Não tem de pedir desculpa, tem apenas de ser feliz.
Gosto imenso de viajar, mas também gosto de regressar ao meu cantinho. Considero desde há décadas que nasci no país certo. Gosto do clima temperado, das mudanças de estação, embora já quase não se dê pela primavera ou pelo outono, do respeito pela privacidade do outro, da alegria q.b. (nem frios como os nórdicos, nem sempre alegres como os brasileiros).
Tenho esperança de que iremos encontrar forma de sair desta crise, e quem sabe, aqueles que foram forçados a deixar a sua terra e que dela guardam saudades possam um dia voltar a habitá-lo e  sentir os cheiros, a luz e os sons do nosso país.