segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Perfume e não só..............

Nos primeiros tempos em que fiquei sozinha, tive momentos em que apagava a luz, pensando que talvez se o fizesse conseguisse sentir a tua presença. Sim, porque sempre pensei que continuavas comigo aqui em casa. Há quem se desfaça das roupas, dos objectos pessoais daqueles que partem para não se lembrarem deles. Mas a mim as tuas coisas preenchem-me um pouco o vazio que deixaste. Quando a saudade aperta gosto de tocar as tuas roupas, as chaves que trazias sempre contigo e cheirar o teu perfume.
Se o nosso ADN permanece nos objectos, então permaneces neles.
E o espirito será que partiu ou continua a meu lado? Sou daquelas que não tenho a certeza de nada. Será que sim ou será que não?
Lembras-te quando tocavas no trinco da porta para eu subir mais depressa? Fazia-lo muitas vezes quando eu falava com a vizinha  na entrada do prédio. Era um sinal para que eu soubesse que me aguardavas. Até ela já conhecia o gesto e riamo-nos as duas. Certo é, que uns meses após a tua partida, estando eu à conversa  com ela na soleira da porta, o trinco tocou, a porta abriu e ambas ficámos arrepiadas sem saber o que dizer. Até hoje não sei quem terá aberto a porta, neste prédio onde apenas vivem meia dúzia de gatos pingados.
Hoje, foi diferente mas aconteceu no mesmo sitio. Quando cheguei do trabalho, troquei umas palavras com uma vizinha do prédio ao lado e eis quando o cãozito dela se põe a ladrar de nariz no ar olhando fixamente para a nossa varanda. Olhei, olhei e não vi absolutamente nada que pudesse ter despertado a atenção do animal. Será que eras ou será que não eras?

domingo, 5 de agosto de 2012

O conhecimento está aí.....

Desde há já algum tempo, que quase só vejo programas gravados. Hoje de manhã, domingo, procurei uma das gravações para acompanhar os meus afazeres e dou por mim a ouvir/ver uma Reportagem da Sic, acerca de Safira, uma menina que teve um tumor e que se viu envolvida numa luta que opôs os seus pais à "Justiça".
Os pais não queriam que após o cirurgia a que foi submetida, para a remoção de um tumor, fosse sujeita a tratamentos de quimioterapia, pois na sua opinião, a mesma, traria problemas futuros para a saúde da filha. O IPO pediu ajuda aos tribunais para obrigá-los a comparecer no hospital com a filha. Os pais recusaram sempre, e para que o poder paternal não lhes fosse retirado andaram a fugir de terra em terra. Optaram por um tratamento inovador existente na Alemanha: vacinas anti-tumorais.
Uma das razões para a sua recusa, consistia nas contra indicações que constavam numa das drogas a ser usadas no tratamento. A mesma poderia provocar arritmia cardíaca durante o tratamento e deixar sequelas.

Lembrei-me imediatamente da morte do  meu marido.  Durante estes 22 meses, pensei que a arritmia que o vitimou se deveu aos comprimidos anti-epilépticos que tomava diariamente. Agora fico na dúvida. Será que foi um efeito secundário da quimioterapia oral que tinha feito na semana anterior, pela primeira e última vez. Não tenho a certeza e penso que nunca terei. Sei sim, que nunca me informaram que tal poderia acontecer.

Tenha ou não tirado desta reportagem um dado novo, dou por mim a pensar que a televisão, ao contrário do que muita gente pensa, pode ser um meio de propagação de cultura e conhecimento. Basta saber escolher.
Ao assistir a um filme ou uma série, aprendi hábitos e costumes de outros povos. E perguntar-me-ão para que me serve isso? Direi que, para não afirmar como muita gente:
- Só em Portugal é que isso se acontece...